Indo ao encontro do
mar.
Ser do mar.
Não domar nada...
Inspirando poesia pela brisa, acendo vivacidade
nas minhas palavras.
Sou muito mar...
Do mar, eu amo tudo.
Mas nada quero domar.
Ser selvagem encanta
muito mais.
Acho inebriante a
maneira que as águas silvestres enfeitiçam sereias.
Até mesmo elas, tão
cheias de si, tão metidas a domadoras, caem na corrente do mar conquistador.
Que mania de dominação!
Essa soberania
ilusória de um povo ínfimo.
Diante da vastidão do
universo, acreditam mesmo nessa patética ideia de posse.
Represar não leva
ninguém a lugar nenhum.
Não leva as águas a
lugar algum...
Diga-me, o que é água
sem movimento?
Enrijecida, não faz
sentido e nem é sentida na sua dinamicidade e fluidez.
Vida empedrada,
cristalizada, engessada... Não vive.
O mar me ensina
muito.
Eu me [re]aprendo o
tempo todo:
Acho que entendo...
Recuo em crise...
Volto a achar que
entendo
Recuo em crise...
Acho que entendo
mais...
Recuo em crise...
Vai e vem... mas sempre
mais, sempre mar.
Ondas de uma
metamórfica aprendiz
Enfim e sem final,
Nunca domar.