Tino é um menino muito esperto.
Nos dias de muito sol ele adora sair pelos vales de amendoeiras e cheirar jasmim.
Mas Tino sempre sai e não avisa quando volta.
Se dana pelas estradas que se formam entre as testas dos desavisados.
Franzidos pela busca de Tino.
Não é só pelas manhãs que Tino se pica nos arredores da vizinhança, bagunça os cabelos e as saias das donas Margaridas, em suas amargas vidas.
Antes de virar cisco, às vezes ele pede chá de sumiço, bebe igual a Zé da venda da ladeira de Virgulina, que vira o copo de cachaça dizendo que quer voar como andorinha.
Ahh, Tino, imitão!
Ninguém mais liga se Tino sumir... porque o povoado já inventou mais Tino pra guardar na caixola.
Eu, particularmente, gosto do leve instante de euforia e caos que paira pelo vale quando descobrem que o Tino sumiu.
Vão dizer que ainda não achei o Tino.
Mas vou dizer uma coisa...