quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Ouça.


Ouça, ouça....ouça.
Ouça os sons...
Pare, não se mexa.
Simplesmente, ouça.

O barulho do ventilador
O canto dos pássaros
No desenrolar de laços,
Um grito de dor.

A cadeira arrastando
As teclas digitadas
As infinitas zoadas
Do universo cotidiano

O ranger dos dentes
O chiar da chuva
O sofrer das agruras
Da vidas, da gente.

As gota d'água caindo
O bater das louças
O Universo chorando
E clamando: Ouça!

Ouça a construção
Ouça a divindade
Ouça a dimensão
Da plena espiritualidade

Ouça o concreto
O chão, o teto a rua
Ouça a minha e a sua
Consciência de correto.

Ouça, para depois falar
Ouça, para melhor falar
Ouça para quando falar
Saber falar o ouvir.

Escute o som que transcende
Escute a luz que se acende
Ouça o som que vem dos montes
E que na alma se prende.

Absorva o conhecer
Ouça o entrar e o sair
Ouça sem querer
Mas nunca deixe de ouvir

NUNCA (!) deixe de ouvir
Nunca esqueça os sons da alma
Do espírito que entoa palmas
Do pensar e do existir.

O tectonismo do coração
Entoa a partir de pulsos
Faz dos males, todos expulsos
Ao que é ruim, apura a subversão.

Então, ouça seu pulsar, pulse!
Sinta a expressão do mar
Criando correntes de bom ar
Dentro do transcender das nossas luzes.

E dê valor aos sons.
Eles também hão de te escutar
E, de tão belos e bons,
Um dia irão acabar.


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