Pés dizem tanto...
Esse membro
Monótono possui
marcas temporais da existência.
Como o calo de uma noite festeira.
Do necessário uso
diário da roupa de que se veste.
Seja ela o próprio
corpo envolvido pelo mistério e nudez.
Calçados são
tapeações
Pra admitir que o que realmente se calça não são os pés,
Mas a caminhada
traçada
Por obstáculos a
serem enfrentados
No mais pífio dos
dias.
Olhá-los me faz
discernir que me revelam.
Descrevem-me.
Desmascaram-me da
cabeça aos mesmos.
Reflete o mais claro
de minha alma.
Pensar em meus pés
como guias
É considerar a simplicidade que envolve minhas trilhas.
Gosto da ideia de que
são reflexos do meu ego, que me conduzem.
Mas gosto ainda mais
da notoriedade que os cerca.
De vê-los sem faces, peles, sem máscaras.
Repletos de calos,
cicatrizes e feridas.
Como meu ser.
Mas sempre de olho no
que vem,
Na tenacidade de que
preciso para transcorrer os entraves e pedras.
E sempre em frente.
Boa construção, Ailla. Grande abraço...
ResponderExcluirObrigada, John! Outro abraço...
ExcluirQue reveladora metáfora, que texto bem lapidado! Parabéns!
ResponderExcluirAdoraria uma visita ao meu singelo blog:
http://leigopoeta.blogspot.com.br/
Gratidão, Vitor! Farei sim essa visita... Abraço!
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